' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Um dia qualquer no MSN;

- Tá acontecendo uma coisa tão estranha na minha vida! De repente ficou tudo tão diferente...
- Ah é? Como assim?
- Sei lá, eu também não sei explicar. Entende?
- Não, não entendo.
- Como não?
- Talvez se você conseguir explicar, eu consiga entender.
- É que, sei lá.. eu não sei se você já passou por isso... já aconteceu com você algo que você nunca nem imaginou que pudesse acontecer?
- Depende do que você tá falando, muita coisa que a gente não imagina acontece.
- Eu sei, mas é diferente.
- Diferente como? Você não tá explicando.
- Em um dia tava tudo normal e no outro, sei lá.. essa explosão toda de sentimentos.
- Hum, entendi.
- Não é estranho?
- Digamos que seja. E ai?
- E ai, que ao mesmo tempo que é estranho, é bom. Ao mesmo tempo que eu penso que não posso, eu quero. Ao mesmo tempo que eu não sei se é a coisa certa a se fazer, eu não consigo controlar minhas vontades. Entende?
- Perfeitamente.
- Eu sempre fui uma pessoa confusa, eu sei. Mas essa situação é totalmente diferente de tudo o que eu já vivi.
- Acho que você tem medo...
- Medo? Por que eu teria medo? Medo de que?
- De estar errada, de se machucar, de correr o risco.
- Não é só isso...
- Eu sei, você também tem medo das pessoas.
- Das pessoas?
- É. Quando elas querem, elas conseguem ser cruéis. E você tem medo que toda essa crueldade caia em cima de você.
- Ééé...
- Mas não adianta, as pessoas são assim mesmo e nem você, nem ninguém nunca vai poder mudá-las. Se não falarem por isso, falaram por alguma outra coisa...
- Eu sei. Mas mesmo assim, eu entendo as pessoas querendo julgar isso. Não tem como não julgar. Além do que, eu jamais queria magoar alguém... e com essa história toda, seria inevitável. 
- Não entendo! Se você quer tanto, por que não faz? Se fosse ao contrário, essas pessoas não pensariam em você.
- Eu sei, mas eu não sou assim. As coisas que eu faço ou deixo de fazer, eu faço sempre seguindo o que eu sinto, o que eu acho certo, não o que as outras pessoas fariam no meu lugar.
- Contraditório...
- Por que?
- Porque se você faz o que você sente, e você sente esse monte de sentimentos, você esta deixando de fazer o que sente.
- Não concordo... Quer dizer, sei lá. É que eu nunca pensei nisso. São sentimentos totalmente novos pra mim. E sentimentos que se me perguntassem a um tempo atrás, eu juraria que nunca ia sentir. Mas tô aqui, sentindo esse monte de coisas... E eu não sei o que fazer.
- O que você sente?
- Uma mistura de um monte de coisas. Meu coração acelera, faz um montão de tum tum tum. Eu fico ansiosa,  esperando ele chegar. Da frio na barriga quando eu vejo ele entrar... 
- É, minha querida... você não acha que agora é um pouco tarde pra voltar atrás?
- Sei lá. Eu me sinto absurdamente bem quando eu tô "perto" dele. Eu fico rindo que nem boba quando falo com ele, eu leio e releio as mensagens e e-mails que ele me mandou mil vezes antes de dormir. Releio históricos do MSN... me pego olhando toda hora a foto que ele me mandou. Eu acho ele a pessoa mais linda e mais fofa do mundo. E isso me surpreende muito, porque eu jamais pensei que fosse conhecer esse lado dele.
- Que lado?
- Ah, esse lado todo fofo. Eu fico sorrindo que nem boba com qualquer coisinha que ele fala. Fico ouvindo mil vezes a música que ele me passou. Como se já não bastasse todo o resto...
- Tá vendo? Olha tudo o que você tá sentindo... quem vai ser capaz de julgar algo assim?
- Todo mundo! Você sabe que todo mundo vai julgar. Eu sei o que eu sinto, as pessoas nem vão fazer questão de saber, vão simplesmente falar.
- E o que você deve para as pessoas? Você vai deixar de viver algo que pode ser tão legal, por medo do que as pessoas vão dizer? E as pessoas que te conhecem, não contam?
- Conta, mas...
- Não tem mas. Você sabe, eu sei, todo mundo sabe... não precisa ser muito inteligente para saber. Todas as pessoas que te conhecem jamais vão pensar algo ruim de você. Olha toda a sua vida, olha todas as coisas que você já fez, alguma delas define você como uma pessoa ruim? 
- Sei lá.. 
- Não, não defini. Muito pelo contrário, as vezes isso chega a irritar. É muita inocência, é muita bondade, é muito coração. Qualquer cara no mundo sonha ter uma menina como você! 
- Não é disso que eu tô falando...
- Mas eu tô falando. Se todo cara quer uma menina como você, por que as outras pessoas iriam te julgar como uma péssima pessoa, uma péssima amiga, ou uma péssima qualquer outra coisa?
- Porque... porque.. ah, eu não sei porque. 
- Você é uma das melhores pessoas do mundo. De um jeito que eu nem sei mais se ainda existe hoje em dia. Quantas vezes eu já te falei que não dá pra confiar em mulher nenhuma no mundo de hoje, mas que você é diferente? Que tudo o que eu realmente queria era encontrar alguma menina que fosse pelo menos um pouco parecida com você, que pensasse como você! Eu conheço TODA a sua vida, eu sei TUDO o que você já fez... e eu não vejo em momento nenhum, você fazendo algo que fosse digno de desaprovação.
- Não sei o que dizer...
- Se você continuar pensando assim, ainda vai apanhar muito na vida... E tem outra coisa, você pode tá deixando de viver a história de amor da sua vida. Como pode tá deixando que o medo impeça que vocês descubram como seria. Existe um leque de possibilidades pra essa história. Pode ser que vocês fiquem juntos pra sempre, pode ser que vocês desistam antes mesmo de tentar, pode ser que vocês tentem e não dê certo... 
- Engraçado, a gente comentou sobre isso hoje.
- Sinais...
- Lá vem você com esse monte de sinais de novo!
- Tô sendo sincero, ué. 
- Sinceridade por sinceridade, você vai rir, mas olha só como eu tô louca, mesmo com toda essa confusão eu só consigo pensar que eu queria que realmente desse certo.
- Você não tá louca, tá apaixonada.
- Apaixonada = louca?
- Não. Apaixonada = inocente.
- Por que inocente?
- Porque você já é a inocência em pessoa. Apaixonada então...
- Ah, vai se ferrar ow.
- Esse cara, ele é legal mesmo? Ele não tá só te manipulando e brincando com você? Você sabe que homem não presta, tem que ficar esperta!
- Se eu sou tão inocente como você diz, você acha que se ele tivesse mesmo fazendo isso eu iria saber? Questão de lógica, meu querido.
- É, você tá certa. Mas o que você acha?
- Eu acho que, eu não sei. Acho que ele não brincaria com essas coisas, nem comigo. Sei lá, eu não sei explicar, mas eu consigo sentir ele aqui ó... s2
- O que mais você sente?
- Eu não sei direito o que eu sinto. Eu já me peguei pensando que eu só posso estar mesmo apaixonada, pra tá sentindo tudo isso. Mas ai quando eu penso na velocidade de todos esses sentimentos eu fico confusa.
- Quando uma pessoa fica feliz só pelo fato da outra chegar, espera o dia inteiro pra ter noticias da outra, senti frio na barriga, saudade, não consegue parar de pensar... vejamos, o que mais você faz/sente?
- Quero ficar perto, abraçar, sentir. Estar ali. Não precisa estar fazendo absolutamente nada, só ficar ali, perto. Olhando, ouvindo, sentindo.
- Pois é. Você esta apaixonada!
- Eu sei, mas não é assustador?
- Você quer mais o que?
- Eu não sei! 
- É claro que é assustador, pra você, e se ele realmente sente o mesmo que você, também é assustador pra ele. Ou você acha que pra ele também tá tudo normal? 
- É, você tem razão.
- Mas me responde, como isso aconteceu?
- Sinceramente? Eu também não sei. Eu sempre admirei ele como pessoa, como amigo mesmo. Ele era muito legal comigo, eu gostava de falar com ele, tinha aquele carinho, sabe? Eu tentava entender o lado dele da história. E com isso eu fui conhecendo uma outra pessoa, diferente da que todo mundo fazia tanta questão de enfatizar. Ai surgiu o respeito. E só isso. A gente se falava, sumia. Se falava de novo, sumia. Nunca foi mais que isso. Mas dessa vez, a gente foi se falando, e se falando e, pelo menos pra mim, se tornou um vicio. 
- E como surgiu a conversa sobre sentimento?
- Brincadeiras. Eu jurava que ele tava brincando. Mas de repente me peguei pensando: e se fosse verdade? Ai eu tentei não pensar. Mas as brincadeiras continuavam, e eu continuei tentando não pensar sobre isso. Porque era errado... sei lá. 
- Quem determinou que era errado?
- Eu, ué. 
- Grande coisa. Desde quando você dita as regras da sociedade?
- Eu não dito as regras da sociedade, só que não precisa ser muito inteligente pra achar essa história meio absurda, né?
- Tudo bem, você tem razão.
- Então, eu ouvi uma música que dizia mais ou menos o que eu tava pensando. Coloquei no meu nick do MSN, consequentemente ele viu. Perguntou, eu neguei. Desconversei, na verdade. Mas ele insistiu. Disse que a conversa era séria. Eu me assustei. Não esperava que fosse sério, não podia ser sério. Mas era. E eu fui dormir com a cabeça girando infinitamente. Não conseguia parar de pensar nisso, em toda essa história e consequentemente nele. E ai foi piorando. Até chegar onde chegou.
- E onde chegou?
- Não sei. Mas chegou a um ponto que, eu não consigo parar de pensar, eu não consigo ficar longe, eu não consigo controlar nada do que eu penso ou sinto. Simplesmente, me da vontade eu vou lá e faço/falo. Eu não quero perder essa parte tão boa preocupada com coisas ruins. Não compensa. 
- Finalmente, entrou algo dentro dessa cabeçinha confusa.
- É sério. Se eu ficar pensando nisso, eu vou deixar de aproveitar. Não vou mandar mensagem, não vou ser carinhosa, não vou falar o que eu sinto. Não vou agir por impulso. Não vou ser eu mesma, sabe?
- Faz o que você tem vontade.
- Eu faço, quero mandar mensagem, mando. Quero conversar, converso. Quero falar algo que eu tô pensando ou sentindo, falo. A unica coisa que eu deixo de fazer, é ficar perto de verdade.
- Por que? Me fala?
- Sei lá...
- Se você quer, vai meu. Só acho que vocês dois tem que decidir o que querem. Tentar, não tentar. Ficar, não ficar. Sair, não sair. Não vai arrancar nenhum pedaço, vocês sairem juntos.
- Mas eu sei o que eu quero.
- Então, para de ser besta e aproveita... Independente de qualquer coisa, você pode contar comigo.
- Eu sei, obrigada. Nem sei porque a gente entrou nesse assunto, mas mesmo assim, obrigada.
- A gente entrou nesse assunto porque eu tô cansado de falar que você é muito inocente.
- Ih, vai começar!
- As pessoas não pensam em você, não deixam de viver nada por você, muito pelo contrário... já deram mancadas com você e você continua ai.. eu nem preciso prosseguir com a mesma história pela milésima vez, né?
- Ei, eu sei de tudo isso. A questão não é apenas as pessoas, repito, sou eu e minha consciência. Você sabe que eu sou assim, sempre fui, não vou deixar de ser. 
- Super ego muito rigido, isso sim.
- Pode ser, mas eu vou fazer o que? Dar um tiro na cabeça e fazer figa pra acertar só o lado em que ele fica?
- Tá vendo? Você é muito bobona.
- Eu sei, eu sei, eu sei. Chega desse assunto, né?
- Só mais uma coisa..
- O que?
- Você enfatizou muito esse negócio de querer estar perto. 
- Eu sei, mas é porque eu realmente quero! Foi o que eu te falei, ao mesmo tempo que eu tenho medo de tudo o que pode acontecer, eu não consigo controlar esse monte de sentimentos que me fazem querer ele sempre mais e mais perto. E nem que eu quisesse, eu ia conseguir desistir disso. Me faz tão bem, me deixa tão feliz... eu só preciso parar de pensar um pouco nessas tão temidas consequências, e continuar sentindo esse monte de coisas boas que eu tô sentindo.. e se realmente era pra ser assim? Sei lá... a gente nunca sabe o que pode acontecer. 
- Você não falou nada disso!
- Como não? É claro que eu falei.
- Não, não falou!
- Homens, a gente sempre tem que explicar tudo detalhe por detalhe!
- Mulheres, a gente sempre tem que aconselhar tudo detalhe por detalhe!
- Admito.. você venceu.
- Em dizer que você esta apaixonada?
- Okay, acho que nisso também.

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