' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Só enquanto eu respirar, vou me lembrar de você...



Depois de uma conversa com um grupinho de amigos percebi que meu mundo não anda mais tão "cor-de-rosa". Estamos todos praticamente na mesma fase, embora cada um esteja reagindo a sua maneira. Óbvio, reações perante as situações é algo muito subjetivo e a minha não poderia ser menos confusa e contraditória. Ainda assim, encontramos pontos em comum e acabei perdendo o sono tentando compreender o que irá acontecer no meu próximo relacionamento. A conversa focava a dedicação e a intensidade que (normalmente) todas as pessoas depositam no seu primeiro namoro. Sim, é algo absolutamente mágico, lindo e intenso. Mas acho mais fácil tentar compreender desde o início do raciocínio.

Primeira parte: você conhece uma pessoa legal, acaba se envolvendo com ela e finalmente vocês resolvem namorar. Tá tudo muito bonitinho, namoro em casa, tudo você compartilha... sem dúvidas nenhuma essa é uma experiência pela qual você nunca tinha passado, e a sensação que ela te trás é maravilhosa. Por que não se dedicar a algo tão bom? Afinal, se não é pra se dedicar pra que você vai namorar, certo?

Segunda parte: o tempo vai passando e o seu namoro esta cada vez melhor. Vocês fazem tudo (ou quase tudo) juntos, adoram estar por perto e sempre que possível fazem de tudo para conseguir ficar mais um tempinho juntos. Com o tempo você começa a sentir que vocês dois, são um só. Pessoas que se completam e que nasceram uma para a outra. Okay, tudo muito lindo tirando o fato de vocês REALMENTE se tornarem um só. Uma vida só. Você acaba se esquecendo que você também tem uma vida e que é preciso cultiva-la. Mas neste estágio você ainda esta completamente cega e quanto mais as duas vidas for uma vida só, melhor.



Terceira parte: seus amigos viram amigos dele(a), os dele se tornam seus. O que torna tudo mais perfeito ainda, pois você vai conseguir estar com todas as pessoas que você gosta ao mesmo tempo. A sensação de viver duas vidas em uma só é unica, não existe algo que se compare a intensidade de um sentimento quando você passa a "morar" dentro da outra pessoa e esta pessoa "morar" dentro de você. Repito, não existiria problema em tudo isso se não fosse o fato de você se perder e não saber mais exatamente quem você é.

Quarta parte: surgem alguns atritos e defeitos, mas para que tudo continue perfeito você tenta mudar e moldar tudo a sua volta. Mais uma vez você acaba se enterrando mais ainda na vida da outra pessoa e na maneira como ela espera que tudo seja. Mas e dai? Não existe amor maior do que o que você esta sentindo neste momento. Vocês planejam até se casar.

Quinta parte: além do seu relacionamento "perfeito" e do amor imenso, começam a surgir os planos. Vocês gostam tanto um do outro que cada minuto longe é uma tortura e vocês não querem mais ter que aguentar isso. Talvez se casando esse sentimento vá melhorar. Imagina que gostoso ter você ali ao meu lado todas as noites e poder dormir abraçadinho. Mas pra isso dar certo precisamos acertar pequenas diferenças... mas no fim, não importa muita coisa porque só o fato da gente se casar já vai tornar as coisas muito melhores (como num passe de mágica).


Sexta parte: embora ainda não dê pra vocês se casarem, vocês passam a sonhar com isso todos os dias. Preciso de um emprego melhor, preciso guardar um dinheiro, preciso ir atrás de apartamento. Esse estágio aparece antes ou depois de um termino de namoro. Se o namoro esta muito bom e apenas algumas coisinhas incomodam, você deseja se casar para que elas melhorem e desapareçam. Se você terminou seu namoro uma vez, sofreu muito e foi muito difícil conseguir a reconciliação também... tudo o que você deseja é se casar logo para mostrar que você aprendeu a lição e não quer nunca mais ter que passar pela experiência de "viver" sem aquela pessoa tão amada.

Sétima parte: Nem tudo tá saindo como o planejado. Os preparativos para o tão esperado noivado está demorando mais do que vocês desejavam. Os defeitos voltam a assombrar o relacionamento e esta ficando cada dia mais difícil conviver com eles. Todas as emoções ficam afloradas. Ciúmes, mágoas, birras... tudo fica muito mais intenso. Vocês não tem mais total controle de suas palavras ou atitudes. Acaba falando mais do que desejava. Acaba magoando a outra pessoa, acaba sendo magoado.


O clima vai ficando cada vez pior. Existem picos de euforia e picos de depressão. É como se o seu relacionamento tivesse se tornado um relacionamento bipolar. Quando você tá feliz faz questão de deixar claro que não quer ter que viver longe da pessoa amada nunca, faz promessas e mais promessas. Quando você tá triste ou com raiva, o sentimento muda e você se questiona por que ainda esta preso naquele relacionamento.

Oitava e última parte: por fim depois de muito desgaste e brigas vocês decidem terminar. Ainda há sentimento, mas não da mais para continuar... você sente como se vocês tivessem perdido o "respeito" um com o outro. E é nessa hora que a coisa bonitinha de viver duas vidas em uma só se torna o seu pior pesadelo. Sua vida era toda baseada naquela pessoa e agora o que você vai fazer? O que EU gosto de fazer? Todos os lugares que você for vai te lembrar aquela pessoa. Tudo o que você quiser fazer vai te trazer lembranças. Até que ponto as coisas que você gosta, você realmente gosta ou aprendeu a gostar para agradar aquela pessoa? E os amigos? Os seus, os dele... tudo vai ficar tão confuso. É nessa hora que o comodismo e o costume entram de mãozinhas dadas na sua casa e não desgrudam mais de você. Aliados ao amor que você ainda sente e a decepção de não ter "dado certo" serão os seus fiéis companheiros.

Haverá momentos em que você não vai saber nem quem você é. Você vai tentar de todas as maneiras ficar bem, mas vai sentir como se tivessem tirado metade da sua vida de dentro de você. E de fato, isto realmente aconteceu. Pois você deixou a sua vida de lado para viver aquela outra vida, e agora ela foi retirada de você sem dó, nem piedade. A solidão vai tomar conta de você.

O mundo perde as cores coloridas, aquele brilho especial e você passa a reparar no quanto ele esta diferente, no quanto ele é ruim. É como se você tivesse vivido cega por todos esses anos em que você estava neste relacionamento e agora que ele acabou te empurraram para o mundo dizendo: Encare-o.

Uma vez que você enxergue a realidade do mundo (bem mais obscura pois o seu coração também se sente assim, mas que não deixa de ser realidade) você se pergunta como confiar em mais alguém? Sempre foi difícil encontrar a pessoa certa, aquela pessoa que você considera a certa. Mas você só se dá conta disto, após ter perdido a que você julgava tão correta.

Com o tempo as coisas melhoram, o comodismo para de atormentar, se ainda existir amor vai amenizar. Só esse sentimento de "nunca mais vou achar alguém que eu realmente queira namorar" que não some.

Mas ai fica a pergunta: E se eu achar? Como vai ser?
Quantas vezes você jurou pra você mesma que nunca mais faria tal coisa por ninguém. Que não ia mais passar por isso e que no seu próximo relacionamento você ia ser diferente?
Até que ponto isto vai ser verdade?
E essa era a nossa discussão. Agora que a gente enxerga a realidade e perdeu todo aquele sonhozinho de contos de fadas perfeito, como vai ser? Como eu vou encarar meu próximo relacionamento? Como eu vou lidar com ele? Tratar e ser tratada.

Que tipo de amor eu vou sentir depois de ter sentido aquele do príncipe encantado (que no final virou sapo)? Será que tem como amar mais do que eu já amei? Será que essa diferente forma de amar (mais consciente e menos ilusória) vai ser algo bom e intenso? Algo que faça a gente sentir frio na barriga e ficar de perna bamba (de novo)...

Debate sem fim.


Essa é mais uma daquelas questões que só o tempo poderá responder.
(se responder)

Achados e perdidos.

Revirando meu guarda-roupa encontrei diários, cadernos de poesia, cadernos de anotações e todas as outras coisas que possibilitassem que eu compartilhasse o que eu sentia com um pedaço de papel.

A verdade é que tudo que envolvia escrever, sempre me atraiu muito. Escrever + tecnologia então, mil vezes mais. Sempre tive blog, fotolog e todas as outras redes sociais que foram surgindo. Passei a dividir meus sentimentos não só com um pedaço de papel, mas também com a telinha do computador. E quanta coisa maravilhosa pôde surgir desta divisão.




Tive um blog por mais de dois anos, onde tratava de assuntos coletivos. Sabe aquela turma de amigos que esta sempre se divertindo junto e que adora compartilhar as "aventuras", esse era o intuito do blog. Foi um blog divertidissimo, e pra falar a verdade meu grande recorde de visitantes. Mas o servidor que eu utilizava decidiu sair do ar e pior ainda, consequentemente tirar o meu blog do ar :(

Me lembrei deste blog pois um amigo meu (que eu havia perdido o contato a uns dois anos pelo menos) veio me perguntar no MSN qual era o endereço daquele blog que eu utilizava para contar as histórias da turma. Nossa, ele ainda se lembrava do blog !!! Dois anos depois de sua existência, mesmo tendo perdido o contato com a turma, ele ainda queria saber do blog. Quando expliquei o que havia acontecido ele me enviou uma carinha triste e em seguida perguntou quando eu iria fazer outro blog, porque aquele era muito divertido. E ele não foi o único, duas semanas depois deste fato, surgiram mais dois amigos questionando a mesma coisa: cadê aquele blog?

Poxa, que legal.
Além de amar escrever, tem gente que gosta de ler o que eu escrevo. Então, pensei: por que não voltar a escrever no meu blog? E aqui estou eu.

Vocês devem estar se perguntando se eu gosto tanto assim de escrever como pude parar de escrever por tanto tempo, a verdade é que continuei escrevendo apenas para mim. Depois de um tempo, tive uns problemas pessoais (e sentimentais) e achei que estava expondo demais meus pensamentos. Então, decidi dar um tempo.

Me senti invadida e com medo de que as pessoas soubessem mais do que deveriam sobre mim. Mas a paixão pela escrita e pela manutenção de um blog não se apaga fácil assim. E sem ter mais forças para lutar contra isso (e sem querer continuar lutando) estou novamente aqui, mais bloggueira do que nunca.




Espero que vocês me acompanhem nessa "viagem" :)