' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

sábado, 2 de abril de 2011

Meu 1º "bad-boy"

É engraçado como quando as coisas acontecem com a gente, a gente não consegue ter clareza dos fatos, ou não quer ter, sei lá! Como eu disse em um dos meus post's anteriores, eu nunca fui o tipo de menina que ficava apaixonada por caras considerados "bad-boys"! Já me interessei sim, por falsos-bonzinhos, mas durava só até eu descobrir que essa "bondade" toda não condizia com a realidade. Porém, como toda regra tem a sua exceção, não poderia ser diferente nesse caso, né? Na verdade eu passei muito tempo apaixonada pelo cara mais irritante da escola! Ele não era o TOP da escola, muito menos o mais bonitão, nem o mais galinha, mas sem dúvidas nenhuma ele era o mais irritante! Não com os outros, mas comigo.

Ele rabiscava meu caderno, bagunçava meu cabelo, não deixava eu fazer lição. Jogava meu estojo no ventilador e apagava a lousa com o meu blusão. Uma vez ele colou chiclete no meu cabelo. Ele era um inferno! Mas sei lá por que, eu gostava dele. Talvez porque mesmo fazendo tudo isso, ele conseguia ser incrivelmente fofo. A gente passava todas as aulas sentado juntos, conversando sobre um monte de coisas. Lembra aquela bala, IceKiss, que vinha com uns recadinhos dentro? A gente vivia trocando. As vezes a gente fingia que namorava. E ele falava pra todo mundo que era meu namorado. Mesmo quando eu queria odiar ele com todas as minhas forças, ele dava um jeito de consertar as coisas. E era isso que eu mais odiava nele! 

Ele deixava eu rabiscar todo o caderno dele, deixava eu rabiscar o braço dele inteiro, deixava eu passar batom nele! Ele odiava quando eu bagunçava o topete dele, mas ainda assim, ele deixava! A gente tinha as brigas mais malucas e mais absurdas do mundo. Na 1ª aula a gente discutia e sentava longe, na 2ª aula ele já tava ali, sentado do meu lado, tentando me agradar. Ele podia me falar absurdos, mas se alguém me fizesse chorar ele ia tirar satisfação. Ele me dava os melhores conselhos, me contava as piores coisas. Até que ele se tornou um dos meus melhores amigos. E não tem nada mais difícil do que ser apaixonada pelo melhor amigo. Sério! Não tem mesmo. E não pensem que estou me referindo a amor de criançinha, não. Eu gostei desse menino dos meus 12 aos meus 16 anos. E sim, no começo, era amor de criançinha mesmo, mas quando toda a história realmente "aconteceu" a gente já era adolescente.


Eu lembro que éramos muito próximos, e ficávamos com todas essas frescurinhas que eu já citei. Mas não passava disso. Na 6ª/7ª série a gente mais brigava do que conversava. Ele fazia de tudo pra me irritar, e sempre conseguia. Na 8ª a gente já tinha se tornado bem mais amigo e conversava sobre um monte de coisas. Ele me contava do primeiro beijo, da primeira tentativa frustrada de "dormir" com a prima. Enfim, era uma amizade muito legal. E gostar dele me dava medo, medo de estragar a amizade, medo de estar confundindo as coisas...


Embora a gente tivesse ficado muito amigo, ele ainda me irritava e me infernizava com essas molecagens (é, ele continuava fazendo molecagens.) Imaginem o quão ridícula é essa situação: 8ª série - eu tinha um caderno de poesia. E esse caderno era cheio de poeminhas pra ele, mas ao invés do nome dele tinha a quantidade de traçinhos que eu utilizaria para escrever o nome dele: ----- ! Quando ele soube do caderno, fez de tudo pra conseguir pegar. Eu tentei adicionar mais espaçinhos pra não dar na cara que era ele, mas não deu tempo de alterar o caderno inteiro. Então, quando ele viu, começou a me perguntar pra quem era as poesias. E eu inventei que tava gostando de um menino da minha rua. E ele saiu correndo com o meu caderno e enfiou debaixo do bebedouro. Molhou o caderno inteiro e jogou no lixo. Isso é coisa de alguém que tá na 8ª série fazer? Tudo bem, caderno de poesia com traçinhos no lugar d nome também não é coisa de quem tá na 8ª serie. Mas enfim... eu fiquei com muita raiva dele! Mais raiva ainda de mim, por gostar desse moleque tão sem noção. E nossa relação/amizade era assim. Super conturbada.

As coisas pioraram no ano seguinte. 1º colegial. A escola inteira sabia que eu gostava dele, menos ele. Até os professores sabiam que eu gostava dele, e ele não. E ninguém entendia porque eu gostava tanto dele, ele era mais baixinho que eu, mais irritante que eu, mais sem noção que eu. Ele era tudo o que eu detestava em um cara, e ainda assim, eu gostava dele. Mas ele não era galinha, pelo menos não até começarmos a brigar. Uma vez, na 8ª série, ele me perguntou: 

- se um cara te roubasse um beijo, você beijaria ou ficaria muito brava com ele?
- sei lá, depende de quem fosse o cara!

Ele ficou pensativo, mas não disse mais nada. Depois desse dia ele começou a fingir que ia me beijar, mas colocava a mão na frente. Meio que tampando a boca, sabe? E foi assim até as aulas acabarem. Já no 1º colegial, ele ficou descarado. Me agarrava e roubava selinho mesmo. Eu podia dar o chilique que fosse, que ele não se importava. Depois de tantos selinhos roubados, ele me perguntou porque eu não ficava com ele. Eu falei que ele era meu amigo, que não tinha nada a vê, que não queria estragar nossa amizade, fiquei roxa de vergonha e não sabia o que fazer. Pra mim, naquela época, ficar era coisa de outro mundo. E eu não queria ficar com ele e estragar tudo. Sei lá, não saber beijar direito, não dar certo, gostar mais ainda dele. Neuras e mais neuras.

Ele insistia bastante e a gente acabava brigando sempre. Ele parava de falar comigo, chegava na escola e não me cumprimentava, sentava longe. Dava oi pra todas as minhas amigas e passava reto por mim. Era sempre assim, num dia ele passava todas as aulas tentando me beijar, no outro, ele não falava comigo. Até que ele resolveu inovar. Ele me roubou um selinho. Sentou no meu colo, me prendendo e pediu um beijo. Eu disse que não ia dá. A gente acabou discutindo e ele disse que eu ia me arrepender. Okay, vou me arrepender! Agora sai de cima de mim. Eu não sabia do que ele tava falando, mas não pensei que ele falasse sério também. No dia seguinte, além de não estar falando comigo, ele pediu pra ficar com uma amiga minha! E o pior de tudo, ela aceitou. Ele fez questão de me falar que ia ficar com ela na hora da saída. No outro dia, a escola inteira veio me contar. Menos ele. A gente ficou alguns dias sem se falar. A menina queria continuar ficando com ele, mas ele não queria. Nem uma semana depois que eles tinham ficado, e que a gente não estava se falando, eu tava sentada na quadra na hora do intervalo. Ele sentou do meu lado e me abraçou. A menina deu um grito desesperado: que que isso? E ele respondeu: a gente tá namorando. Ela não levou a sério, mas ele insistiu. - É sério. Eu gosto dela, ela gosta de mim... e a gente resolveu namorar. Eu fiquei com você e ela ficou com medo de me perder, então assumiu que gostava de mim. E a gente tá junto agora! A menina gritou que nem louca, me chamou de Judas e mais um monte de coisas e eu nem tive tempo de falar nada. Eu tava tão (ou mais) chocada que ela. Ai ele falou no meu ouvido: me ajuda, eu não quero ficar com ela. Fiz besteira, me ferrei. Pelo menos finge que você gosta de mim e que a gente tá junto.

Quem dera eu pudesse apenas fingir que gostava dele. Mas esse episódio se repetiu com outras meninas, e exatamente igual. Ele me mimava, se enchia, surtava, falava que eu ia me arrepender e chegava em alguma amiga minha! Ai a gente ficava sem se falar, e assim ia indo. Nesse meio tempo eu tinha conhecido um menino que era super bonzinho comigo, e depois de muito insistir eu resolvi ficar com ele. Ele tava sendo tão legal, tão fofo comigo que eu até achei que tava mesmo gostando dele. Tava toda apaixonadinha. Mas eu fiquei com o menino e ele acabou voltando com a ex namorada. Quando ele soube que eu tinha ficado com o menino, ele deu o maior piti do mundo! Me xingou, me falou um monte, ficou me zoando que o cara tinha voltado com a ex e que eu era uma idiota. No meio de tantos elogios, ele soltou um: se você tivesse ficado comigo, eu jamais teria feito isso com você! Nunca. Nós dois ficamos assustados e quando ele deu conta do que tinha falado, tentou disfarçar me xingando mais ainda. Troxa, burra, corna, idiota!

E era engraçado porque, mesmo sem falar comigo ele continuava querendo mandar na minha vida. Uma vez a professora tava vistando os cadernos, e eu tava com preguiça de levar o meu até lá. Um outro menino se ofereceu pra levar o caderno pra mim e fez piadinha: eu levo pra você amor, namorado é pra essas coisas! Na mesma hora ele levantou, tomou meu caderno da mão do menino e entregou pra professora. Depois trouxe de volta, jogou na minha mesa e continuou sem falar comigo. Alguns dias depois ele veio me pedir desculpa. - me desculpa pelas coisas que eu falei. eu só não entendo porque você é assim. mas eu não tinha o direito de te xingar, nem de rir da sua cara. Ele que foi idiota com você, você não teve culpa.

Ele cantava músicas pra mim, me escrevia bilhetinho, passava o intervalo abraçado comigo. Ai ele tentava me beijar, surtava e acontecia tudo de novo. E mesmo nessa relação de amor e ódio, ele continuava sendo absurdamente irritante. Escondia minhas coisas, bagunçava meu cabelo, tentava colar chiclete. Brincava de tiro ao alvo mirando em mim. Enfim, eu realmente não entendo porque eu gostava tanto dele. O ano tava acabando e ele ia mudar de escola no ano seguinte. Virou uma corrida contra o tempo, ele não me dava sossego. Toda hora ele tentava me beijar, eu ia cumprimentar ele, ele me roubava selinho, eu tava fazendo lição, ele roubava selinho. Era o tempo todo assim. Até que ele se encheu. Novamente ele disse que eu ia me arrepender, mas que dessa vez ele não ia fazer absolutamente nada. Eu que ia perceber a mudança e ficar mal. E então ele ficou muito tempo sem falar comigo. E eu realmente fiquei muito mal. Mas de qualquer forma, não fui atrás dele.

Acho que ficamos uns dois meses sem nos falar. Até o dia em que nos dois fomos trancados pra fora da sala.  Chegamos atrasados pós-intervalo e o professor não nos deixou entrar, exatamente o mesmo professor que sabia que eu gostava dele. E como esse professor tentava me ajudar! Ele me pedia pra entregar lições pra ele, provas, cadernos, colocava a gente pra sentar junto. Enfim, ele ria muito da situação, e talvez até tenha sido por isso que ele nos deixou para fora da sala. Eu sentei na escada e um amigo nosso foi até lá e sentou também, ele veio atrás e sentou com o menino. Ficou aquele silêncio constrangedor. Até que ele me perguntou:

- eu não sei se você reparou que eu tô diferente com você, né?
- reparei que você não fala mais comigo.
- é! e você tá feliz com isso?
- não, não tô. mas você vive fazendo isso, vou fazer o que?

O professor abriu a porta da sala e falou que se a gente quisesse podia entrar. Meu amigo levantou e quando eu ia levantar também ele pediu para que eu matasse aquela aula com ele, porque ele queria conversar comigo. Tudo bem, meu amigo entrou na sala e fechou a porta. Eu sentei de novo na escada e a gente continuou:


- você sabe por que eu parei de falar com você?
- não, não sei. você ficou bravo que eu não quis te dar um beijo e decidiu nunca mais olhar na minha cara.
- taty, eu não consigo te entender!
- ...
- eu insisti tanto pra ficar com você, você nunca quis ficar comigo.
- depois que você pegou a escola inteira, você ainda quer que eu fique com você?
- não vem com essa pra cima de mim, não. eu tô falando sério com você, então também fala sério comigo.
- mas é verdade.
- você nunca quis ficar comigo, mas ficou com aquele idiota. e pra que? pra ele voltar com a ex namorada e ainda assim continuar xavecando você. essa é a sua definição de cara que presta?
- não, não é. mas eu não sabia que ele ia voltar com a ex. não tenho bola de cristal.
- é, mas você me conhece. a gente é amigo, e ainda assim, eu não te entendo.
- nem eu me entendo.
- você tem medo do que?
- eu não tenho medo de nada.
- tem sim. você não fica com ninguém nunca. se fosse só comigo, tudo bem. o problema seria eu. mas você é assim com todo mundo.
- eu não sou assim com todo mundo.
- frescura você só fica comigo, mas bota você dá em todo mundo.
- você mesmo tá falando que eu fiquei com um falso-bonzinho.
- é, mas desde que eu te conheço, e já são 3 anos, você só ficou com esse. eu quero entender por que. você tem medo de não saber beijar? de não ser legal? do cara não curtir? de se apegar? você tem medo que eu mude com você? deixe de ser seu amigo? sei lá!
- eu não tenho medo de nada. eu não fico com ninguém porque eu não quero. (mentira, eu morria de medo de tudo isso... mas meu orgulho, sempre presente, nunca me deixa falar o que eu sinto, até hoje)
- mas e se for pra gente namorar? e se eu também gostar de você? se a gente ficar ainda mais próximo?
- ha ha ha!
- você gosta de mim!
- queeee?
- é, você gosta de mim.
- é claro que eu gosto de você, você é meu amigo.
- não, você realmente gosta de mim.
- não gosto.
- gosta, todo mundo fala que você gosta.
- todo mundo tá louco.
- taty, eu nunca brincaria com você. se eu insisto tanto é porque eu realmente quero. eu não teria motivos pra parar de falar com você, pra fingir que você não existe, pra te tratar mal se não fosse por isso.
- você me trata mal porque você é folgado e mal acostumado. eu nunca te tratei mal.
- eu te trato mal porque você não sabe o que quer. alias, sabe. mas tem medo.
- eu não tenho medo.
- então me da um beijo?
- não...
- ta vendo?
- tá vendo, o que?
- medo.
- eu não posso simplesmente não querer beijar você?
- não, não pode. porque você tá me dizendo uma coisa, mas seus olhos tão me dizendo outra.
- não tá dizendo nada. (e super sem graça eu ficava tentando desviar o olhar)
- olha pra mim e fala que você não quer!

Nisso o sinal tocou. Eu levantei pra gente ir embora. Ele levantou e segurou o meu braço pra não me deixar sair.


- responde a minha pergunta, você gosta de mim?
- não, não gosto. (olhando pro chão e tentando sair)
- olha no meu olho e responde a minha pergunta.

Eu olhei. Não saiu, não consegui falar absolutamente nada.

- me solta, eu tenho que ir pra casa.
- não foge do assunto. responde.
- eu não gosto de você! deixa eu ir.
- olha pra mim.
- não quero olhar, quero ir embora.
- tem certeza que vai ser assim?
- tenho. tchau!

E sai andando mais rápido que qualquer outra coisa no mundo. Completamente confusa e assustada. Depois desse dia tiveram mais alguns dias de aula e ele não falou comigo. No ultimo dia, ele veio cantar uma música pra mim. Depois disse: eu nem preciso dizer que você não vai mais me ver e vai se arrepender né? Ano que vem eu tô em outra escola e você perdeu sua chance, nossa chance. Eu dei um sorriso amarelo e sai.


Passei o 2º colegial inteiro sentindo uma saudade absurda dele. Mesmo com ele longe, sem ter contato nenhum, eu ainda gostava dele. Ele me ligou algumas vezes, pra falar sobre nada, mas com o tempo nosso contato foi diminuindo. Um dia um amigo meu e eu resolvemos passar na casa dele, ele nos atendeu e ficou fazendo piadinhas: que saudade que eu tava de você. olha, tá com mais peito que antes, e essa bunda? blá blá blá. Até que meu amigo comentou:

- você não sabe com quem a Taty ficou!
- com você?
- não....

Ele mudou de assunto. 

- essa escola que eu tô agora é fod*, puxada pra caralh*!

Meu amigo insistiu:

- você não faz nem idéia.
- não quero saber.

Depois de muito conversar eu vim pra casa e chorei tanto, mais tanto. E meu amigo falando: eu acho que ele realmente gosta de você! você viu como ele ficou? como mudou de assunto! Um bom tempo depois, quase um ano na verdade, eu comecei a namorar. Nunca mais tinha tido notícias dele até ficar sabendo que ele ia pra uma festa com a gente. E que ele tinha combinado de encontrar o pessoal aqui, na minha casa. Eu entrei em choque. Não sei ao certo porque, mas fiquei com medo.

Eu nunca mais tinha visto ele, nem falado, nem nada. Não sabia como ia ser. Tava namorando a pouco tempo, meu ex sabia que eu tinha gostado dele, e sei lá... fiquei totalmente confusa. Ele chegou antes de todo mundo, antes até do meu ex. Pedi pra ele entrar e continuei me arrumando enquanto o pessoal não chegava. Ele ficou em silêncio, olhando enquanto eu penteava o cabelo. Ele me olhava esquisito. Ai ele viu uma foto da formatura da 8ª série e comentou: 



- mo saudade da escola né? 
- eu ainda tô lá. não tem como ter saudade. - e ri.

Ele sorriu e falou: 

- mas eu não tô mais lá, tô em outra. Então eu posso ter saudade. 

Sentei pra arrumar meu sapato, ele levantou de onde estava e sentou na minha frente, olhando pra mim. Ficou aquele silêncio estranho, ele bem na minha frente, me olhando e eu sem saber o que fazer. Nisso o pessoal começou a chegar. Quando meu ex chamou no portão eu tava tão pálida que parecia que ia morrer, ou que já tinha morrido, sei lá. Ele percebeu que eu tava esquisita e perguntou: tá acontecendo alguma coisa? não, nada. depois eu te explico.

Assim que ele entrou, ele fechou a cara. Na hora ele soube que aquele, era o tão famoso menino que eu gostei por quase 4 anos. Entramos no carro pra ir pra balada e ele sentou atrás do meu banco. E ficava me cutucando, mexendo no meu cabelo. Pra variar, me irritando. Pior que eu não podia nem dar chilique porque meu ex ia ficar muito bravo. Então eu fui toda torta, quase colada no vidro, pra ficar longe do banco e ele não conseguir me alcançar. Quando estávamos na fila, meu ex  me chamou de canto e perguntou: esse é o menino que você gostava? Eu respondi que sim e ele completou: gostava ou gosta né? vai saber.

Mas eu definitivamente não gostava mais dele. Eu senti medo por não saber o que eu ia sentir, mas quando eu o vi não senti nada, foi normal. Só senti aquela saudade de amigo, de quando a gente era melhor amigo. Lá dentro da balada, eu tava num canto com meu ex e meu ex veio me dar um beijo. Ele entrou no meio e separou. Fez piadinha que não queria ver essas sem vergonhices. Quando meu ex veio de novo, ele separou outra vez e falou no meu ouvido: já falei que eu não quero te ver fazendo isso. Um tempo depois, eu beijei meu ex, ele entrou no meio e falou: é assim? fica olhando então. Foi e ficou com uma das meninas que estavam com a gente. Beijava ela de olho aberto, olhando pra minha cara. Passou a noite inteira me encarando. Eu tentando disfarçar, meu ex sem entender. Uma situação super chata.


No dia seguinte ele me chamou no MSN e perguntou:

- você tá mesmo namorando sério né?
- tô :D
- você tá feliz?
- muito!
- mesmo?
- simmm!
- você gosta dele?
- gosto.
- você realmente gosta dele?
- gosto! na verdade, gosto bastante.

Alguns minutos de silêncio.

- é, tinha que ser assim.
- o que?
- só tô comentando, que realmente tinha que ser assim...
- mas eu não entendi.
- deixa pra lá!
- ?
- vou sair, depois a gente se fala. boa sorte Taty.


E a gente ficou muito, muito tempo sem se falar depois disso. Quando terminei meu namoro pela 1ª vez, eu fiquei super mal. Eu sei lá como, ele soube. Me ligou. Convidou pra ir num churrasco na casa dele, disse que não queria que eu ficasse triste, foi super legal comigo. Amigo mesmo. Todo mundo foi no churrasco, menos eu. Eu tava tão mal que eu não queria nem sair pra nada. Eles me ligaram de madrugada do churrasco, falando que eu devia ter ido. Mas definitivamente, eu não tava no pique. Um tempo depois eu voltei com meu ex e soube que ele estava namorando também, inclusive a namorada dele tinha ficado super brava que ele me convidou pro churrasco. 

Depois que ele começou a namorar, ele voltou a falar comigo normal. Me mandou depoimento no orkut, conversava comigo direto, vivia me deixando recado até que a namorada dele começou a me xingar. Ele me pediu desculpas por ela ser louca, mas depois de um tempo a gente acabou perdendo o contato de novo.  Conversamos mais algumas vezes depois disso, porque eu estava preocupada com o meu pai e também mal pelo fim definitivo do meu namoro, ele me deu a maior força, ficou super preocupado... mas quando tudo foi melhorando a gente foi parando de se falar de novo. E como sempre acontece quando existe a "distância", ele perdeu o contato com todos nós, que éramos da mesma turma. Dessa vez perdemos o contato de vez, já que ele teve que me deletar até do MSN. E se eu falar que eu nunca percebi que provavelmente ele também gostava de mim, vocês acreditam? Por mais estampado que fosse o que eu sentia por ele, ele não acreditava. Por mais que as atitudes dele demonstrassem algo, eu também não conseguia enxergar. Estranho né?

Até hoje todos nós sentimos falta dele na turma. Agora vocês entendem porque ele faz falta, né? Como nessa turma só tem "infernos" que, embora sejam muito meus amigos, sentem prazer em me irritar, ficou sobrando o lugarzinho dele. Meus melhores e meus piores, lembra? 

Só pra finalizar: Como vocês devem ter notado, até o cara mais "bad-boy" que eu já gostei, fica bonzinho perto dos caras que a gente conhece hoje em dia! Okay, eu tenho mais uma história sobre "bad-boy"! Mas essa fica pra outro dia! 

Um comentário:

  1. Como assim não deu pra sacar?
    Eu aqui pedindo pelamor pra alguém gostar de mim .. =/

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