' Falta tanta coisa na minha janela como uma praia, falta tanta coisa na memória como o rosto dele*, falta tanto tempo no relógio quanto uma semana, sobra tanta falta de paciência que me desespero. Sobram tantas meias-verdades que guardo pra mim mesma*, sobram tantos medos que nem me protejo mais, sobra tanto espaço dentro do abraço, falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo..

domingo, 28 de novembro de 2010

Teorias e mais teorias;

Sinceramente, eu não consigo entender o que se passa na cabeça de um homem. Você conhece alguém legal, ambos ficam "empolgadinhos" e de repente... tudo muda.
Eu estava conversando com uns amigos, e NENHUM deles conseguiu me explicar porque homem é tão contraditório. O máximo que conseguiram me dizer foi que "homem precisa ficar em dúvida quanto ao que a menina sente, se ele achar que ela gosta dele, já era... ele relaxa". Vocês já pararam para pensar no quão difícil é (para uma mulher) estar com alguém e não poder demonstrar que gosta desse alguém? Na minha cabeça todo mundo gosta de mimo, carinho e atenção. Logo, saber que alguém realmente gosta de você é ótimo. Mas, segundo estes amigos, não é assim que as coisas são. E analisando friamente os fatos do dia-a-dia, eles com certeza tem razão.

Eu conheço um casal (na verdade, conheço vários), que no começo o cara era o mais interessado, ligava, dava atenção, queria ver, estar perto. Parecia completamente apaixonado e a menina ia levando, sem ter muita certeza do que sentia... com o passar do tempo, ambos foram ficando super apaixonadinhos até que a situação inverteu. Hoje, você vê claramente que a apaixonada é ela. O cara reclama, some, não liga e ainda briga que ela pega no pé. Mas no começo era super diferente. Não consigo entender. De fato, quando eles se sentem confiantes dos nossos sentimentos eles resolvem surtar e deixar a gente se virar para entender. 

Eu sempre fui muito orgulhosa. Podia quase morrer de tanto chorar, mas não dava o braço a torcer. Odiava ter que passar por cima do meu orgulho para resolver alguma situação... e no final, tudo sempre acabava bem. Houve um momento, em que o amor falou mais alto que o orgulho e eu resolvi mudar. E essa foi a pior besteira que eu já fiz. Meu namoro ficou nas minhas mãos. Eu tinha que resolver tudo, relevar, tentar conversar. Se eu quisesse terminar, a gente terminaria.. se eu quisesse continuar, a gente continuaria. Se eu estivesse chateada com algo, que me virasse para que a mágoa passasse. Eu namorei 3 anos completamente dominada pelo meu orgulho, e não precisava me esforçar para nada. De fato, a dúvida fazia ele se dedicar mais. Quando ele percebeu que eu realmente gostava muito e que não queria que o namoro acabasse, ele mudou. Deve ter pensado que "se ela não quer que acabe, não vai terminar... então, ela sempre vai dar um jeito de consertar. Eu não preciso fazer nada... só esperar". E era realmente assim. 

Por quase um ano eu fiquei lutando com o meu orgulho, tentando ser menos orgulhosa e mais legal. As coisas só pioraram. Talvez o que realmente mantinha o meu namoro por tanto tempo era o fato de eu sempre ter sido orgulhosa e insegura com essas coisas de ficar demonstrando o que eu sinto.

Eu sempre fui muito carinhosa e bem boba também. Escrevia cartinha, mandava e-mail, adorava surpreender. Mas por conta do orgulho, eu também deixava dúvidas. Embora fizesse todas aquelas coisinhas de menina apaixonada, quando o assunto era sério eu era a pessoa mais centrada e equilibrada do mundo. E no último ano, ambos éramos totalmente diferentes. Ele gritava, brigava e surtava. Eu tentava conversar, entender e consertar. Sempre fui a favor de conversa, (acho que não tem nada que a gente não possa resolver conversando) mas admitir que gritem comigo? Perai né... isso é uma coisa que eu não admito. Eu não grito com ninguém, não é nem um pouco justo (muito menos legal) gritarem comigo. Mas até isso nos ultimos meses eu estava relevando.

Estávamos brigando muito, tudo era motivo para terminar e eu sempre acabava tentando encontrar alguma solução para que o barquinho não afundasse. Mas, basta usar um pouco de lógica para entender o que houve: Tem duas pessoas num barco, o barco está afundando, somente uma dessas duas pessoas se esforça tirando a água que esta entrando no barco enquanto a outra fica ali, parada, só olhando... uma hora essa pessoa que esta tirando a água vai cansar e vai deixar o barco afundar de uma vez. E foi isso que aconteceu. 
Uma briga por telefone. Pedi para que a gente se encontrasse e conversasse pessoalmente porque discutir por telefone é terrível. Ele já veio crente que eu iria conversar, argumentar, tentar consertar. Tanto que no telefone ele enfatizou: "a gente vai conversar, mas não vai ter volta." Tudo bem, a gente conversa quando você chegar. Eu estava em uma situação tão tensa, tão cansada de tudo isso... que a unica coisa que eu conseguia pensar era que realmente, o melhor era terminar. E foi o que eu fiz. Ele me chamou no portão, eu sai lá fora para atender e ele foi super grosso perguntando: e ai, o que você quer falar? Eu tirei minha aliança do dedo, dei na mão dele e disse: também quero terminar. Eu nunca o vi tão surpreso e tão arrependido. "Espera, vamos conversar, não é assim" Falou um milhão de coisas bonitinhas, me deu um milhão de argumentos para não terminar. Me prometeu mil e uma coisas. Mas, perai... até então, ele tinha deixado bem claro que a gente não ia voltar. Talvez ele não esperava o fato de eu realmente concordar que não estava dando mais para continuar. E foi isso que fez ele voltar atrás.

Então, fica aquela pergunta no ar: se eu tivesse tentado conversar para encontrar alguma solução, ele teria agido assim? Provavelmente não. E isso comprova a teoria de que homem é tudo maluco e não pode se sentir totalmente confiante quanto ao sentimento de uma mulher. Porque enquanto eles sabem que elas gostam demais, eles agem como completos idiotas. Mas quando não sabem como isso vai terminar, eles resolvem te tratar como uma princesa até sentir que você está em suas mãos de novo. Estranho né?

Muita coisa aconteceu para que eu concordasse com essa "teoria" ridícula. E olhando ao redor, eu só consigo ter mais e mais certeza de que ela é real. Hoje eu sou uma pessoa muito mais orgulhosa do que eu já era. E olha que não era pouco. Eu não sei se isso é uma coisa boa ou ruim, mas ter lutado contra o meu orgulho foi uma coisa que não me fez bem e nem teve um final feliz. Então, para que tentar evitar algo que é natural meu, se não vai me beneficiar em nada?

Eu não acho que ser orgulhosa seja uma qualidade. Mas em partes, também não acho que seja um defeito. As pessoas nunca sabem exatamente o que eu estou pensando ou sentindo. E como todo mundo sabe, eu sempre gostei de agradar todo mundo, sempre fui mimimi e sempre gostei dessas coisinhas de romantismo a moda antiga. Ser orgulhosa não tira isso de mim. Eu continuo carinhosa, continuo boazinha, continuo conversando e tentando levar. Mas, não espere que eu te cobre algo que você não me deu a liberdade para cobrar, ou que eu vá correndo atrás de você para dizer o quanto eu estou triste com algo. Acho que relacionamento é algo onde as pessoas tem que ser maduras o suficiente para conversar, entender, perceber e aceitar (ou não) algo, visando sempre o melhor dos dois.

E embora eu seja super orgulhosa, se for para ficar com alguém que eu não possa demonstrar o que eu sinto de verdade, eu prefiro nem ficar. Porque relacionamento pra mim é cumplicidade e liberdade, não um eterno jogo de quem perde e de quem ganha. Relacionamento não é disputa, é gostar de alguém e querer ver/fazer esse alguém feliz. Se esse não é o seu objetivo, melhor repensar. #FikDica

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